Não foi naquele dia da prova oral que eu entendi o que havia acontecido, mas poucos dias depois. Em uma manhã no meio da semana, o sol parecia estar mais quente do nunca. A dor de cabeça já começava a diminuir, fazendo com que meu humor melhorasse um pouco. Desci até a cantina da faculdade para tomar alguma coisa gelada. Sentei em uma das mesas e gastei alguns minutos observando as pessoas.
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Parei os olhos em uma garota estranha. Solitária, suas expressões demonstravam aflição. Devia ser mais uma novata qualquer. Fiquei imaginando qual seria o problema com a tal “novata”. Foi então que ela levantou os olhos e a ouvi dizer: “-Droga! Eu não devia ter ido naquela festa ontem a noite. Se a prepa descobre, eu to ferrada...”. “Ué, por que então ela tá falando isso em voz alta?”, pensei.
Parei os olhos em uma garota estranha. Solitária, suas expressões demonstravam aflição. Devia ser mais uma novata qualquer. Fiquei imaginando qual seria o problema com a tal “novata”. Foi então que ela levantou os olhos e a ouvi dizer: “-Droga! Eu não devia ter ido naquela festa ontem a noite. Se a prepa descobre, eu to ferrada...”. “Ué, por que então ela tá falando isso em voz alta?”, pensei.
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Certeza que alguém ia contar pra prepa, agora ela ia ficar ferrada mesmo. Mas, olhei pros lados e ninguém estava ligando, ou não estava ouvindo. Aha! É isso! Só eu estava escutando aquelas confissões! O mais bizarro é que ela não mexia os lábios, ou seja, eu estava ouvindo seus pensamentos. Me senti como o Mel Gibson no filme “Do que as mulheres gostam”. Mas, será que só funcionava com mulheres?
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Certeza que alguém ia contar pra prepa, agora ela ia ficar ferrada mesmo. Mas, olhei pros lados e ninguém estava ligando, ou não estava ouvindo. Aha! É isso! Só eu estava escutando aquelas confissões! O mais bizarro é que ela não mexia os lábios, ou seja, eu estava ouvindo seus pensamentos. Me senti como o Mel Gibson no filme “Do que as mulheres gostam”. Mas, será que só funcionava com mulheres?
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Fiz um teste. Observei uns caras que estavam em outra mesa. Um deles contava mais uma piada sobre portugueses. Quando terminou, os amigos pareciam morrer de tanto rir. Mas comecei a ouvir as frases: “Que merda, essa nem foi engraçada”, “Ainda tenho que rir pra ele num ficar sem graça”...
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Mew, que muito loco. Podia ouvir pensamentos! O difícil era focar em apenas uma ou duas pessoas. Passei o dia treinando essa minha habilidade, descobrindo os piores segredos das pessoas. Cheguei a uma conclusão: as pessoas vivem de aparências. Ninguém é totalmente bondoso, verdadeiro ou santo. Há tantas coisas escondidas na cabeça das pessoas. Mas, e se esse lado negro viesse “acidentalmente” a tona?
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Então, que comece a diversão!