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quarta-feira, 29 de junho de 2011

RECONCILIAÇÃO

Fiquei sem palavras, toda aquela minha raiva tinha sido em vão? Tudo aquilo não passava de um desentendimento sobre as seus reais objetivos? Ele só queria me fazer aprender uma lição? Ou aquela raiva era necessária para que aprendesse aquela lição, me recompus e tratei de dar uma resposta a ele.

– Você me fez passar por isso tudo para ensinar-me uma única lição, bastava apenas algumas palavras e tudo se resolveria, mas não tudo tem que ser do seu jeito, você não pensa nos outros e se eu não fizesse isso você continuaria a me mandar bolas de fogo e de gelo até aprender?(isso porque me recompus antes de falar essas palavras tão cheias de raiva)

- Se fosse preciso.

- “Se fosse preciso” uma ova, passou esse tempo doto ensinando-me uma lição, então vou passar o resto da vida para aprender mais um lição. Basta apenas conversar comigo, falar não vai te matar e vou evoluir mais rápido.

- Preste atenção garoto, não quero mais ouvir nenhuma reclamação ou o seu treino termina agora.

- Além de tudo é um ditador.

- Para a sua informação eu não fui professor de ninguém, nunca passou pela minha cabeça antes ensinar a alguém a usar seus próprios poderes. Mas pelo que vejo você não está gostando dos meus métodos e para sua informação essa não foi a única lição que aprendeu. Responda-me uma coisa, onde estamos agora?

- Perto da 3ª cachoeira.

- Até onde você foi na primeira semana que esteve treinando comigo?

Neste momento parei e pensei, minhas idéias firmei e cheguei a uma conclusão desagradável, não para ele, mas para mim. Fiquei com vergonha de responder, pois percebi o que ele estava tentando me dizer.

- Nem na metade do caminho da 1ª cachoeira.


- E toda vez que olhei para em sua direção e constatei que estava sorrindo da minha cara?

- Não estava rindo da sua cara, mas sim do novo aprendizado que adquiriu. Você aprende rápido as coisas, gostei muito de te ensinar durante esse período. Sei pelo que você está passando, eu também passei por isso e agora estou tentando te ensinar aquilo que sei.

- Desculpe. – foi apenas o que consegui dizer

- Vamos parar por hoje, você deve estar mesmo bem cansado. O que você acha de fazer um caminho de gelo e escorregarmos até a cabana.

- Claro, é para já. – Como se fosse uma brincadeira, criei um grande escorrega e chegamos rapidinho em “casa”. Fiquei perturbado por ele mesmo não ter usado o seu poder e criado o caminho até em casa, mas como queria muito usar o meu poder não questionei.

Agora parecia outra pessoa que estava comigo naquela casa, antes era só acordar comer treinar comer dormir, sem conversas muito demoradas, mas agora ele estava até fazendo piadas. Aquela noite foi a melhor de todas naquelas ultimas semanas de treinamento.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O início do presente.

A volta para o presente foi como acordar de um sonho muito bom. Embora eu tivesse passado a maior parte do tempo isolado no futuro senti muita saudade daquele tempo e das pessoas de lá e principalmente de poder usar todos os meus poderes de uma vez! Agora as coisas eram diferentes, mas pelo menos agora eu tinha um “uniforme”. E com o uniforme vieram mais surpresas. Eu fui experimentar a roupa, pra ficar na frente do espelho falando aquelas frases clichês de super-herois e lutar contra inimigos invisíveis. Quando fui vestir a roupa, caiu um bilhete e quem tinha escrito esse bilhete tinha sido meu descendente. Lá estava escrito coisas muito interessantes, por exemplo: as botas do uniforme podiam me fazer voar, só que o combustível delas só existem no futuro, então elas só iriam durar umas duas semanas, e que a roupa era a prova de bala, mas de preferência tomar cuidado pra não tomar tiros a queima roupa, e ela também poderia proteger contra facadas, mas dependendo da força que a facada fosse dada, ia doer pra caramba, e por último ele tinha escrito uma missão para eu fazer. Na hora que eu terminei de ler eu pus a roupa e me dupliquei. Tirei cara e coroa comigo mesmo pra ver qual de nós iria cumprir a missão, o eu que perdeu já saiu correndo e usou as botas para voar. O eu que ficou em casa foi fazer as coisas rotineiras, trabalhar, encontrar os amigos, que fazia um tempinho que não via devido a minha passagem no futuro, e de noite eu saia à procura de meliantes, traficantes, maconheiros. Às vezes não encontrava nada, às vezes encontrava. Como eu já estava usando um poder não poderia usar nenhum outro, mas os apetrechos da minha roupa permitia que eu resolvesse crimes menores, e acidentes de pequeno porte. Acho que prendi(quem prendeu foi a polícia, eu só bati neles, e apanhei um pouco também) uns 5 delinqüentes e salvei umas 3 pessoas. Duas semanas depois a bota não voava mais. E duas semanas depois meu outro eu voltou pra casa. Ele(eu) estava todo machucado, a roupa toda destruída, eu sabia que eu estaria daquele jeito, mas ao me ver fiquei preocupado, mas também sabia que eu tinha conseguido cumprir “a” missão.

DESENTENDIMENTO

Desgaste físico, dor em todos os músculos desde a sola do pé até a ponta do fio de cabelo estava doendo (mesmo não tendo terminações nervosas nos fios de cabelo às vezes parece que até eles estão doendo). Aqueles eram os piores dias da minha vida, estava doido querendo que acabacem logo, entretanto, quanto mais queria que passasse logo mais demorado o dia ficava. Estava em uma serie de exercícios físicos que Ausbilder, o meu tutor, empunha a mim. Dizia que isso me daria mais controle sobre os meus poderes. Estava cansado daquilo, já havia alguns dias que estava fazendo aquilo e sem nem ao menos usar verdadeiramente os meus poderes.

No inicio até que estava empolgado em saber que aprenderia a usar verdadeiramente a habilidade que adquiri naquela noite, mas com o passar dos dias parecia que aquele treino era pura diversão para ele, devia fazer tempo que não ria da cara de alguém e resolveu me fazer de bobo mandando-me fazer todos aqueles exercícios. Não podia parar nem um segundo para descansar que uma bola de fogo ou de gelo se chocava contra meu corpo. Toda vez que isso acontecia meu corpo se inundava de raiva e pegava fogo instantaneamente ou ficava completamente recoberto por gelo, era instintivo. Meus nervos ficavam a flor da pele e não conseguia controlar aquela reação. O pior era ter que ficar sem roupa toda vez que pegava fogo, por essa razão comecei a usar mais gelo do que fogo em meus picos de nervos. Apesar de ser instintivo aquela reação, meu sentimento de constrangimento deixou em meu subconsciente que era melhor me recobrir de gelo do que de fogo, mas mesmo assim às vezes a raiva era tão grande que apenas perdia mais uma peça de roupa.

Em um desses dias de corrida, natação, corrida e levantamento de pesos (pesos feitos por ele mesmo) parei e olhei para o sol para ver se ainda faltava muito para chegar a hora de descanso ( sim, a essa altura ele já havia me ensinado a ver através do sol quando iria parar par descansar ) e sabia muito bem o resultado da minha paradinha fora de hora, bolas voariam de encontro a mim, aquilo já estava me dando muito nos nervos e após olhar em direção ao sol constatei que ainda faltava muito tempo para chegar a hora de descanso e aquele dia estava sendo mais puxado que os outros, o pior era olhar para a cara dele e ver um leve sorriso se formar em sua cara. Parei mesmo sabendo que logo iria vir uma bola me acertar. Instintivamente coloquei as palmas das mãos sobre o solo úmido da floresta e as levantei acima da cabeça passando primeiramente em frente do meu corpo criando assim um escudo de gelo fazendo com que protegesse toda o meu corpo. Quase no mesmo instante que as minhas mãos atingiram a altura da minha cabeça duas bolas, uma de cada, acertaram o escudo, o escudo foi eficiente contra a bola de gelo mas a bola de fogo deixou um buraco no escudo, mas perdeu velocidade no impacto e não atingiu o seu objetivo inicial. – Parabéns! – Ausbilder disse – esperava que isso acontecesse alguns dias atrás, mas antes tarde do que nunca. Não podia falar para você, você teria que fazer isso do seu próprio modo, foi assim que aprendi e me tornei o que eu fui.