A fantasia imita a realidade, mas nem sempre isso acontece. Nunca fiquei sabendo de heróis que deixam de “patrulhar” a cidade por estarem cansados do trabalho. Sei que é complicado, mas imagine-se, saindo cansado daquele trabalho rotineiro e monótono e indo a pé pra casa, e pra piorar, tá chovendo.
Agora surge a pergunta, se eu posso voar por que não vou voando pra casa. Bem, meus amigos, não quero chamar atenção desnecessária.
As vezes a gente cansa de tudo e quer fazer tudo diferente. São dias assim em que eu chego em casa, me troco e, pela janela, saio voando bem rápido até muito alto e fico ali, refletindo.
Nesse dia fiz algo diferente. Lembrei que aquele homem lá, o Guardião Alado, tinha ficado de fazer uma roupa pra mim. Fui então para a ilha onde ele morava. Já era noite e eu sentia os pingos de chuva batendo forte no meu rosto por causa da velocidade em que eu voava. Podia ver as luzes de cidades lá em baixo enquanto me dirigia para a ilha.
Depois de algum tempo cheguei na ilha. Encontrei o Guardião lá e jantamos juntos. Logo após ele me levou para a enorme sala de tecidos e me mostrou uma roupa, parecia uma roupa de monge franciscano, só que branca e com detalhes bem loucos. Apesar de ser muito detalhada, eu lhe disse que preferiria, se pudesse, uma roupa mais comum. Que desse pra me disfarçar e ao mesmo tempo usá-la normalmente. Também disse que ele poderia utilizar aqueles mesmos tecidos da roupa pronta pra fazer a outra.
Quando o cara é imortal, ele aprende muita coisa. Tão logo lhe falei, ele, ovservando a minha roupa, começou a costurar a nova a partir da antiga.
No fim a roupa ficou perfeita. Um casaco branco de moletom com capuz e uma calça jeans azul clara. Além de um par de tênis muito louco.
Agradecido, vesti a roupa e voltei pra casa. Agora, animado, pensei comigo: “Acho que agora dá pra voltar a combater o crime”.
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